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Transição agroecológica, produção bruta e valor agregado


Pesquisa da Embrapa mensurou ganhos de propriedades que saíram do modelo convencional


A transição agroecológica é um processo gradual de mudança dos manejos no sistema de produção, com o intuito de trocar o modelo convencional pela prática da agricultura com princípios e tecnologias de base ecológica. A transição resulta em maior racionalização dos recursos e mudança de valores e atitudes em relação ao manejo e conservação dos recursos naturais.


No ano de 2012, a família do jovem produtor Ramon Ximenes, no sertão cearense, iniciou a transição do modelo convencional para o sistema agroecológico. A família cria caprinos, ovinos, bovinos, suínos e aves e também desenvolve atividades de piscicultura e apicultura, juntamente com o cultivo de árvores frutíferas, palma, gliricídia e pastagens para alimentar o rebanho. Com isso, passou a colher os frutos da transformação, com o aumento da produção bruta e do valor agregado.


“Comecei a participar desse processo de transição porque eu queria trabalhar preservando a natureza”, afirmou Ximenes, em nota da Embrapa. Além de cuidar dos animais e da plantação, o agricultor também participa de reuniões e eventos em que troca conhecimento com outros produtores.


Entre as modificações implantadas na propriedade, ele destaca a estrutura para armazenamento de forragem e água para os animais, além da instalação de um galinheiro e de uma área cercada para animais e plantas.


A pesquisa


A família de Ramon é uma das 70 participantes de uma pesquisa da Embrapa Caprinos e Ovinos feita com pequenos produtores de duas regiões da caatinga, para avaliar os efeitos das diferenças de estágio na transição agroecológica. De 2012 a 2021 foram comparados a produção bruta e o valor agregado das propriedades, além da autonomia e protagonismo da juventude nas regiões.


O resultado revela um aumento da renda das propriedades que adotaram práticas agroecológicas há mais tempo quando comparadas com aquelas que estão no início do processo ou ainda praticam agricultura de forma tradicional. Como exemplo, uma das propriedades que iniciou a transição agroecológica há mais tempo obteve um crescimento do produto bruto de R$ 9.125 para R$ 33.600.


“As famílias alcançaram maior independência em relação a adubo orgânico, água, sementes e produção de forragem, diminuindo a necessidade da compra de insumos para a produção em mercados”, explica a zootecnista Maria Gardênia Sousa, que trabalhou na pesquisa. Além disso, houve um aumento da biodiversidade animal e vegetal nos sistemas produtivos, estoque de insumos e na diversidade de mercados acessados.


Além dos aspectos econômicos e da maior autonomia dos produtores, destacam-se também: ganhos na capacidade de resposta dos agricultores quanto às mudanças no entorno social, econômico e ambiental; integração social; equidade de gênero e protagonismo das mulheres; participação da juventude, garantindo a sucessão familiar no trabalho.


Fonte: Globo Rural


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